Mostra temporária “Trajetórias de Tothmea”

Para comemorar os 30 anos de Tothmea em nosso museu, inauguramos em parceria com o Museu de Arqueologia Ciro Flamarion Cardoso, a mostra temporária “Trajetórias de Tothmea”. A miniexposição conta com cerca de 25 itens que remontam os caminhos de Tothmea desde sua saída do Egito no século XIX até a chegada em Curitiba, em 1995. A mostra está em cartaz na própria tumba de Tothmea na sede principal do Museu Egípcio & Rosacruz Tutankhamon. 🎟 Clique aqui e adquira seus ingressos

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30 anos da Múmia Tothmea no Museu Egípcio

No dia 12 de abril para comemorar os 30 anos de Tothmea no Museu Egípcio e Rosacruz Tutankhamon serão realizadas as seguintes atividades: Exposição: “Trajetórias de Tothmea” A exposição “Trajetórias de Tothmea”, organizada pelo Museu Egípcio e Rosacruz Tutankhamon e pelo Museu de Arqueologia Ciro Flamarion Cardoso, apresenta documentação inédita que foi reunida pelo arqueólogo Moacir Elias Santos nos últimos 28 anos, incluindo livros, gravuras, cartões postais, fotografias e desenhos que estão diretamente relacionadas à história de Tothmea, desde sua saída do Egito, em 1886, até sua chegada ao Brasil, em 1995. A exposição traz também fotografias das análises realizadas no decorrer do projeto, imagens tomográficas que foram obtidas com o exame de tomografia axial computadorizada, realizado em 1999, e uma impressão 3D da primeira aproximação facial forense, realizada por Cícero Moraes. Todo esse acervo, devidamente estudado, tornou possível a compreensão de diversos aspectos da vida e da morte dessa egípcia antiga que há 30 anos foi trazida para Curitiba. Serviço: Exposição “Trajetórias de Tothmea” Local: Museu Egípcio & Rosacruz Tutankhamon – Curitiba/PR Endereço: Rua Nicarágua, 2453 – Bacacheri – 82515-260 – Curitiba, Paraná. Período: 12 de abril à 04 de maio de 2025. Palestra “Tothmea”: trinta anos no Museu Egípcio e Rosacruz A chegada de Tothmea em Curitiba, em 11 de abril de 1995, tornou possível, dois anos depois, a realização de um projeto de pesquisa denominado “Projeto Tothmea”. Dentre os objetivos elencados, estavam a recuperação da história dessa egípcia antiga, incluindo aspectos de sua vida, por meio de estudos do próprio corpo, bem como de sua preparação para a vida além-túmulo, por meio da análise de mumificação. Outrossim, almejávamos recuperar sua trajetória, desde sua saída do Egito para os Estados Unidos, onde passou mais de 100 anos, até sua transferência para o Brasil, em 1995. Nessa palestra trataremos dos pontos mais significativos do projeto, apresentando também as novas contribuições a ele incorporadas, como as duas aproximações faciais forenses, realizadas em 2013 e 2019. Serviço: 30 anos da Múmia Tothmea no Museu Egípcio Local: Museu Egípcio & Rosacruz Tutankhamon – Curitiba/PR Endereço: Rua Nicarágua, 2453 – Bacacheri – 82515-260 – Curitiba, Paraná. Data: 12 de abril Horário: 15h00 Inscrições para a palestra: Sympla – https://www.sympla.com.br/evento/palestra-tothmea-trinta-anos-no-museu-egipcio-e-rosacruz/2899430

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Caixa de Cosméticos do Faraó Tutankhamon

Período: Reino Novo – 1333 – 1323 a.C. A original encontra-se no Grande Museu Egípcio – Cairo – Egito. Esta caixa, feita de ouro com incrustações de vidro colorido e cornalina, foi utilizada para guardar unguento. Foi confeccionada na forma de cartuchos que contêm a representação do rei como criança em seu interior, demonstrando a juventude do governante. A mecha de cabelo lateral era símbolo da infância no Egito Antigo. Além disso, ele segura as insígnias reais, o cetro e o mangal, e está sentado no símbolo neb (“festival”). Sobre sua cabeça, possui o disco solar, demonstrando sua condição divina como filho do deus sol – Rá. A base de prata possui os símbolos ankh (vida) e o cetro uas (estabilidade). Nas laterais, há a imagem do deus Heh segurando o símbolo ankh, representando o desejo de um longo reinado para Tutankhamon. O nome de trono do faraó – Nebkhaperura – também está presente. Quando foi descoberta, ainda possuía uma pasta marrom em seu interior, possivelmente uma pomada perfumada, e foi encontrada próxima ao sarcófago do rei.

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Estela de Tascheritenbastet

Período: Ptolomaico – 332-30 a.C. A original encontra-se no Museu Egípcio – Turim – Itália. A escrita hieroglífica foi grafada em diversos suportes, como madeira, pedra, tecido e papiro. Na exposição “Medw Netjer – palavras divinas”, é possível conhecer inúmeros artefatos que a contêm, como é o caso desta estela funerária. Aqui, as inscrições presentes, além de encantamentos para garantir a provisão de oferendas à falecida no outro mundo, também trazem seu nome e título: sacerdotisa Tascheritenbastet. Nas estelas funerárias, geralmente, o falecido era representado sentado diante de uma mesa de oferendas. Contudo, em estelas de períodos mais tardios, como esta, era comum o morto ser apresentado na companhia de divindades. Aqui Tascheritenbastet está diante das três manifestações do deus sol: Rá, Atum e Kepri, além de Osíris, Hórus, Ísis e Néphtis.

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A Representação dos Estrangeiros no Reino Novo – Egito Antigo

A Representação dos Estrangeiros no Reino Novo – Egito Antigo A antiga sociedade egípcia, com seus milênios de história, detém grande bagagem cultural, mas não apenas ao que se refere a sua própria sociedade. Posicionando geograficamente a extensão territorial do Egito[1], que se localiza na região oriental do continente africano, nota-se a proximidade com o continente asiático, juntamente com acessos ao Mar Mediterrâneo e Vermelho, além do restante do território africano. Esta posição gerou consequências, principalmente relacionadas às expansões territoriais e relações comerciais, como pode-se perceber por esta imagem (Figura 1). Tendo em vista este fator, compreende-se que houve momentos de maior e menor aproximação entre egípcios e estrangeiros ao longo do tempo. Os registros históricos demonstram um aumento neste contato no período do “Reino Novo” (1550-1070 a.C.), devido às expansões de fronteiras ao longo das dinastias faraônicas. Uma das motivações para essas incursões militares foi o deus dinástico Amon, que, a partir da XVIII dinastia tornou-se uma das principais divindades do panteão egípcio. Assim, em nome de Amon, muitos dos faraós da XVIII dinastia buscaram expandir o território, expandindo o reino egípcio. Obviamente que esta expansão significou entrar em conflito com outras sociedades e culturas. Esse contato se expressou amplamente na arte egípcia e em textos mitológicos. Por exemplo, durante o governo do faraó Akhenaton, onde houve uma mudança na centralidade religiosa, de Amon para o deus Aton, há no “Grande Hino de Aton” uma citação sobre a presença dos estrangeiros no processo de criação do universo:Tu colocas cada homem em seu lugar e crias o que lhe é necessário […] as línguas diferem nas palavras, a sua aparência igualmente; as cores de suas peles são diferentes, distingues os povos estrangeiros […] A inundação celeste existe para os habitantes e os animais de todos os países estrangeiros, que caminham sobre patas (Cardoso, 2008, p. 6-7 apud Santos, 2012). Assim, os estrangeiros foram criados pelas divindades no processo de organização do mundo, sendo, no caso do exemplo acima, pelo deus Aton. Ainda no campo religioso, os estrangeiros poderiam receber a proteção de alguns deuses, principalmente de Hórus ou Sekhmet. Os estrangeiros eram identificados como parte de grupos específicos: núbios, líbios e asiáticos. Estes, juntamente com a sociedade egípcia, compunham os grupos que formavam a humanidade, e eram representados de maneira específica, como pode se observar abaixo (Figura 3), na parte superior, da esquerda para a direita estariam os: egípcios; núbios; asiáticos e líbios. Essa incorporação dos estrangeiros em sua cosmogonia não retira a centralidade egípcia autoimposta perante outras sociedades. Quando se compreende o conceito de Maat , de buscar viver em ordem e equilíbrio, é preciso ter em mente que isso é algo direcionado para a sociedade egípcia, colocando os estrangeiros fora deste processo. Isso pode ser visto com o deus Seth (Figura 2), que além do deus do caos, estava também associado aos estrangeiros. É como se a ordenação cósmica apenas existisse em terras egípcias e aqules que operam fora deste território seriam passíveis de trazer o caos. Essa identificação do estrangeiro com o caos pode ser vista ao longo da arte egípcia, ainda mais aquela produzida ao longo da XVIII dinastia, marcada pelas expansões territoriais. O faraó Tutankhamon (1341 a.C. – 1323 a.C.) detinha objetos que exemplificam isto, primeiramente uma de suas sandálias (Figura 4), que representa em sua sola núbios e asiáticos, demonstrando o poder do faraó que, ao usá-la, estaria “pisando” sobre seus inimigos e, dessa forma, afastava o caos que poderiam trazer para o Egito. Ainda com Tutankhamon, temos o seu vaso de cosméticos (Figura 5), onde em sua base é possível observar cabeças de estrangeiros núbios e líbios, novamente em uma posição de inferioridade. Outro artefato que demonstra um conflito direto é a Paleta de Narmer (Figura 6), que simboliza a unificação do Egito, mediante guerras, realizadas pelo Faraó Narmer. Em um dos lados observa-se o governante golpeando um homem líbio, ao mesmo tempo que está “pisando” em outros, simbolizando o processo de expansão territorial através do conflito contra esses estrangeiros. [1] Que se altera ao longo dos séculos, seja através de expansões ou perca de territórios. [2]  Para ver mais sobre o conceito e deusa Maat, ver: https:/maat-principios-regentes-do-egito-faraonico/. Figura 1. Rotas comerciais do Egito – Principalmente com o continente Asiático Figura 2. Set (à direita) travando uma disputa com Hórus (à esquerda). Figura 3. Quatro grupos que formam a humanidade – Presentes na tumba de Séty I (KV17) Figura 4. Sandálias de Tutankhamon com homens núbios e asiáticos. Réplicas expostas no Museu Egípcio Rosacruz. Figura 6. Vaso de cosméticos de Tutankhamon. Réplica exposta no Museu Egípcio Rosacruz. Referências: SANTOS, Elias Moacir. A presença de estrangeiros no contexto funerário egípcio do Reino Novo. RJ: Universidade Federal Fluminense, Plêthos, 2, 1, 2012. ANTHONY, Brooke Flora. Foreigners in Ancient Egypt: Theban Tomb Paintings from the Early Eighteenth Dynasty. UK: Blommsbury Academic, 2017. Imagens: 1 –  https://pt.wikipedia.org/wiki/Via_Maris 2-  https://pt.wikipedia.org/wiki/Seth_(divindade) 3 –  https://www.academia.edu/download/28029098/edi_c3_a7_c3_a3ofinal.pdf#page=52 4 – https:/tesouros-do-museu-sandalias-do-farao-tutankhamon/ 5 – https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Narmer_Palette.jpg

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O EGITO ROMANO

Viviane Roza de Lima – monitora do Museu Egípcio e Rosacruz Tutankhamon Os antigos egípcios dividiam o seu país em regiões distintas (o Delta e Vale do Nilo, separado entre o Alto e Baixo Egito) subdivididas em províncias, sepawat (em grego, nomos: vinte e duas no Alto Egito e vinte no Baixo Egito). O período de 30 a.C-395 d.C é aquele que o Egito passa a ser dominado pelos romanos, um de tantos outros que conquistaram o país ao final do Reino Novo (1580-715 a.C) tal como os assírios (670 a.C), os persas (525 a.C) e os gregos (332 a.C). O país passou a ser dividido em três partes, a Tebaiada (Alto Egito), a Heptanômia (Médio Egito) e o Delta (Baixo Egito), regiões controladas por civis seniores romanos, epistrategos, com exceção da cidade Alexandria que era administrada por um corpo especial de magistrados. As “cidades” egípcias eram hierarquicamente divididas em póleis (modelo de cidade grega), em metrópoles (antigas capitais dos nomos) e em aldeias. Ocorreram importantes transformações sociais graças a infusão de novas ideias que adaptaram a prática popular religiosa egípcia, não como uma “sobrevivência pagã”, mas como uma forma de reorganização desta cultura religiosa. Desde os primórdios, as divindades egípcias se associavam com outras, nacionais ou estrangeiras, a fim de demonstrar seu poder mediante suas múltiplas identidades, e suas formas físicas diferenciadas eram meras formalidades que auxiliavam o culto pessoal do indivíduo. O culto a deusa Ísis, por exemplo, amplamente difundido em todas as épocas egípcias, tornou-se mais popular com santuários cada vez mais numerosos demonstrando assim uma profunda paixão romana pelo que estes entendiam ser a cultura egípcia. Para os egípcios, a deusa era grande maga e curandeira, protetora dos mortos e vivos, senhora do céu, deusa da vida, do renascimento e responsável pela inundação do Nilo. Sendo assim, a estrela canina (em egípcio,  Sopdet; em grego, Sothis) marcava o início da inundação do Nilo sendo a deusa associada ou assimilada a Sirius, embora no Egito tais representações eram raras, se não inexistentes. Gregos e romanos encaravam a aparição de Sirius como indicativo da aproximação dos dias de calor sufocante do final do verão, daí a expressão “dias de cão”. Para os gregos, a estrela era associada ao calor, fogo e febres, que acreditavam ocasionar queimaduras em pessoas e plantações, e afetar o comportamento dos animais, em especial dos cães. Para os romanos, os dias caniculares (Canicula, o nome latino de Sirius) também eram associados a lobos vorazes, e graças ao seu aspecto sinistro sacrificavam cães a fim de salvarem as suas plantações. Embora os egípcios não tivessem uma tradição original de associar a deidade estelar a cães, certamente as crenças gregas e romanas posteriores causaram um impacto de forma que se desenvolveu um sistema intercultural de crenças associadas tanto a Sirius quanto a Ísis. Uma inovação iconográfica passou a se expandir com os elementos egípcios associados a versões romanas dos cultos a deusa e, como consequência, passaram a ser vistas cada vez mais estátuas de Ísis-Sothis: a divindade montada em um cão que carregava uma estrela no alto de sua cabeça. Cão Sothíaco https://www.britishmuseum.org/collection/object/Y_EA57356 Figura de terracota típica dos séculos I a III d.C, apresentando um cão de caça da raça Spitz associado à deusa Ísis. Ísis-Sothis em um cão https://collections.smvk.se/carlotta-mhm/web/object/3009933 A deusa montada em um cão usando vestido longo, um nó de Ísis em seu peito e uma coroa com chifres e disco solar. Relevo do templo de Ísis na Hungria http://lupa.at/8007/photos/7 Na antiga colônia Claudia Savaria fundada como assentamento de veteranos pelo imperador Claudio em 41 d.C, foram achados os restos de um santuário da deusa Ísis. Restos do templo de Ísis na Hungria http://lupa.at/regional_infos/44?page=3 Referências Bibliográficas ‌BØGH, Birgitte. The Graeco-roman cult of Isis. In: The Handbook of Religions in Ancient Europe. Routledge, 2014. p. 228-241. HOLBERG, Jay B. The Dog Star. In: Sirius Brightest Diamond in the Night Sky. New York, Springer Praxis Books, 2007.pp. 15-21 VASQUES, Marcia S. A chora egípcia e as identidades culturais no Egito Romano: uma abordagem arqueológica. Disponível em: https://anpuh.org.br/uploads/anais-simposios/pdf/2019-01/1548210412_61aae68605e9992ea905f2e3ce4362f8.pdff> WILKINSON, Richard H. The complete gods and goddesses of ancient Egypt. Thames & Hudson, 2003.

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As Trocas Culturais entre Egípcios e Gregos no Período Ptolomaico

Por Rafaela Gouvea de Souza – Monitora do Museu Egípcio e Rosacruz Tutankhamon O período ptolomaico teve início em 304 a.C., e perdurou até a conquista Romana em 30 a.C. Foi uma época marcada pelo intenso processo de aculturação, no qual a inserção e assimilação de práticas, expressavam uma forma de legitimação e dominação empregada pelos governantes lágidos sobre os povos egípcios. A dinastia foi fundada por Ptolomeu I Sóter, filho de um nobre macedônio de baixo escalão, que possuiu um papel importante nas campanhas militares lideradas pelo rei macedônico Filipe II, e como general de seu filho, Alexandre Magno. Pela ativa participação em campanhas militares, Ptolomeu I Sóter pôde se aproximar da família real macedônica e ganhar a confiança de Alexandre Magno, desempenhando papel importante em conquistas do rei. Com a morte do rei Alexandre em 323 a.C., o império macedônico foi dividido entre seus generais, desencadeando diversos conflitos pela sucessão ao trono, estes ficaram conhecidos como a Guerra dos Diádocos. Ao notar a oportunidade de estabelecer seu próprio domínio, Ptolomeu I Sóter assumiu o controle sobre o território egípcio, fazendo o uso de importantes medidas para legitimar seu governo diante da população egípcia, ações que não se restringiram ao seu reinado, pois foram também aplicadas pelos seus sucessores. A divinização da figura dos soberanos foi uma das práticas adotadas pela dinastia. O culto ao indivíduo, não era uma prática incomum no mundo grego, mas sua adesão pelos governantes ptolomaicos visava a legitimação e consolidação do prestígio da dinastia diante do povo egípcio. Ações estas, que puderam ser observadas de forma mais intensa durante o reinado de Ptolomeu II. O rei foi responsável por estabelecer o culto dinástico, nomeado de Theoi Adelphoi, no qual o casal real passava a receber cultos ainda em vida, e por criar o culto filial e a festa Ptolomaica na cidade de Alexandria, promovida em honra ao seu pai já morto Ptolomeu I Sóter e à sua mãe Berenice I, associada ao culto após seu falecimento; este ritual foi intitulado de Theoi Soteres. Embora frequentemente o período ptolomaico seja caracterizado pela helenização dos povos egípcios, a interação entre esses grupos foi muito mais profunda do que se pode imaginar. As trocas culturais que ocorreram entre ambas as culturas que coexistiram no mesmo espaço, apontam também uma egipcianização dos gregos. A figura do deus Serápis, criado por Ptolomeu I Sóter como protetor da dinastia lágida e da cidade de Alexandria, demonstrava isso. Congregava em si elementos egípcios e gregos, promovendo por meio de sua representação e culto, a aproximação de ambas as culturas; dialogava tanto com os interesses administrativos do poder ptolomaico, de legitimação e soberania, quanto com a vida cotidiana e espiritual da população egípcia, materializando em si o encontro de diversas deidades, como Osíris, Ápis, Hades, Dionisio, Zeus e Asclépio. As estratégias empregadas pelos faraós ptolomaicos expressavam a busca pela harmonização entre ambos os grupos e um controle social e político que permitisse agregar, sob a mesma administração, um povo culturalmente híbrido. Mesmo com a sobreposição dos caracteres helenicos em relação aos egípcios, que demonstravam também uma forma de dominação, a assimilação de aspectos egípcios teve papel fundamental na ratificação da dinastia lágida diante do povo dominado, formando no período um mosaico cultural assinalado pela coexistência e influência mútua entre gregos e egípcios. 1. Aplique de Ptolomeu I como Dionísio. Local de origem: Egito Proviniência: Coleção Lambros [data e modo de aquisição desconhecidos]; Dikran Kelekian, Nova York e Paris [data e modo de aquisição desconhecidos]; Henry Walters, Baltimore, 1913, por compra; Museu de Arte Walters, 1931, por legado. (https://art.thewalters.org/detail/31459/appliquc-of-ptolemy-i-as-dionysus/) https://art.thewalters.org/detail/31459/appliquc-of-ptolemy-i-as-dionysus/) 2- Pingente com Imagem de Sarapis Local de origem: Egito Proveniência:Henry Walters, Baltimore [data e modo de aquisição desconhecidos]; Museu de Arte Walters, 1931, por legado. (https://art.thewalters.org/detail/25933/pendant-with-image-of-sarapis/) 3 – Fragmento em relevo do templo da oferenda de Ptolomeu II a Osíris e outro deus Local de origem: Egito, Delta (Behbeit el-Hagar) Proveniência: Dikran Kelekian, Paris e Nova York, mediante compra; Henry Walters, Baltimore, por compra; Museu de Arte Walters, 1931, por legado. (https://art.thewalters.org/detail/6605/temple-relief-fragment-of-ptolemy-ii-offering-to-osiris-and-another-god/) Referências: BRANCAGLION, Antônio. Quadro Cronológico – Lista de Reis. Seshat, Laboratório de Egiptologia do Museu Nacional, UFRJ. GRALHA, J. Poder no Egito ptolomaico: uma abordagem mágico-religiosa da legitimidade Julio Gralha. Guarulhos: Heródoto: Revista do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre a Antiguidade Clássica e suas Conexões Afro-asiáticas, [S. l.], v. 3, n. 1, p. 79–99, 2018. DOI: 10.31669/herodoto.v3i1.341. Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/herodoto/article/view/1158. Acesso em: 19 dez. 2023. FREIRE, Fernanda Alvares. Os fundamentos da basileia helenística: Ptolomeu Soter e a criação da dinastia Lágida. 2015. 35 f., il. Monografia (Licenciatura em História) Universidade de Brasília, Brasília, 2015. Quaranta, Ettore. (2009). A Idealização do Poder Ptolomaico. v. 30. São Paulo: Projeto História : Revista Do Programa De Estudos Pós-Graduados De História, 2009. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/view/2261. Acesso em: 19 dez. 2023. RUZENE, Felipe Daniel. A Formação do Deus Serápis e o Hibridismo Cultural na Religião do Egito Ptolomaico. v. 7, n. 13, p. 03-17. Cachoeira: Revista Eletrônica Discente História.com, 2020. Disponível em: file:///C:/Users/museu1/Desktop/Estagi%C3%A1rios%20e%20Funcion%C3%A1rios/Celi/econceio1,+1922-Texto+do+artigo-6739-1-4-20210116.pdf. Acesso em: 19 dez. 2023.

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História da Grande Loja do Brasil

As primeiras construções – Administração e Grande Tempo As primeiras construções 09 de maio de 1956 AMORC GLP 1956 construção do novo prédio administrativo Em nove de maio de 1956 iniciava a história da Grande Loja do Brasil, atual Grande Loja da Jurisdição de Língua Portuguesa, motivada pela ação de inúmeros fratres e sorores brasileiros que se encontravam na época afiliados às lojas rosacruzes de São Paulo, Rio de Janeiro e Belém. Após a sua fundação oficial, muitas decisões foram tomadas para que pudesse ser construído no Brasil e, depois na língua portuguesa, um rosacrucianismo forte e vibrante. Entre as providencias dos primeiros anos estava a necessidade de se construir uma sede administrativa e um local para as atividades rosacruzes – o Grande Templo. Hoje, passados 63 anos de sua fundação, a AMORC-GLP possui um complexo de prédios que ao conhece-los entendemos um pouco da sua história. Assim, o convidamos a visitar esta exposição e conhecer esta instituição através das suas construções. 1957 Grande Loja A cidade do Rio de Janeiro sediou os dois primeiros endereços da então Grande Loja do Brasil. Seu primeiro endereço foi uma sala de número 707, na Praça Mauá, 7, centro do Rio de Janeiro, prédio conhecido como “A Noite”. Entre 1957 e 1958, a Grande Loja mudou-se para uma casa na rua General Rodriguez, nº 35, no bairro do Rocha. É na frente desta casa que temos um dos registros fotográficos mais antigos da AMORC – GLP. Nessa foto estão presentes muitos dos rosacruzes que trabalharam para efetivar o rosacrucianismo no Brasil, são fratres e sorores do Rio de Janeiro e, principalmente, do então Capítulo Rosacruz São Paulo, que visitaram a nova sede em 31 de maio de 1958. Neste evento foi inaugurada a placa de identificação da Grande Loja. Era desta residência que procediam as monografias e livros rosacruzes em língua portuguesa. 1958 Inauguração Ambos locais eram alugados e fazia-se necessário uma sede própria. Terrenos no Rio de Janeiro foram visitados, porém localização e outros custos tornaram o projeto inviável. Em meados de 1958, a família Colle, de Curitiba, fez a doação de um terreno na região chamada na época como “Jardim Bacacheri”. O Imperator, Frater Ralph M. Lewis, foi conhece-lo e encantado com a região comprou o lote aos fundos do terreno, e, também o doou à Grande Loja. No mesmo ano foram iniciados os projetos para a construção de dois prédios no local: o administrativo e o Grande Templo. O projeto de ambos prédios obedeceu à tradição rosacruz, sendo baseados na arquitetura e no simbolismo egípcio antigo. GLB GLB Após a decisão dos planos para a construção, não tendo a GLB recursos suficientes para a realização da obra, enviou aos seus membros um folheto com o plano de construção e fez-se uma solicitação aos que pudessem colaborar para a realização. Àqueles que respondessem ao pedido foi prometido que, independente do valor doado, receberiam um certificado especial, com um cupom destacável para a assinatura do doador. Esses cupons depois seriam depositados debaixo de uma placa de bronze, na inauguração do Grande Templo, para que ali permanecessem para a posteridade. Muitos atenderam ao pedido e como prometido, no dia da Sagração do Templo, os nomes foram colocados em uma urna e cerimoniosamente colocada em uma plataforma no interior do Shekinah sendo lacrada com uma placa de bronze com inscrição que traduz o reconhecimento da AMORC a todos aqueles que de alguma forma participaram da concretização do edifício do templo e da administração. 1960 A sede Em maio de 1960 Curitiba tornou-se oficialmente a sede da Grande Loja. Não que as obras tivessem finalizado, mas certo atrasado pedia que os oficiais da Grande Loja, soror Maria A. Moura e Frater José de Oliveira Paulo, acompanhassem mais de perto a construção. Na revista “O Rosacruz” de junho de 1960 os membros brasileiros foram notificados da mudança da sede administrativa para Curitiba e de que a construção finalizaria em 1961. Neste ano, o Imperator, acompanhado do frater Rodman Clayson, Grande Mestre para a língua inglesa, visitaram a GLB e observaram o prédio administrativo em fase de acabamento. Também plantaram duas roseiras no local que se tornaria o jardim da Grande Loja do Brasil. A terra utilizada no plantio foi uma mistura da que aqui se encontrava e da que o Imperator havia trazido do Parque Rosacruz, em San Jose, e usada água da Fonte Sagrada de Delfos. E em agosto de 1961 a Grande Loja informava seus membros da conclusão da administração. 1964 Construção dos prédios O Grande Templo ainda levaria pouco mais de dois anos para ser finalizado. Algumas dificuldades deixaram a obra parada por um tempo. Porém, em abril de 1963 os fratres e sorores foram comunicados da retomada das obras, de que se encontrava em ritmo acelerado e de que a Grande Loja havia decidido utilizar os recursos que possuía no momento para terminar a construção do prédio. E fazia-se votos de que quando a data de inauguração fosse divulgada que os rosacruzes de todos os cantos do país estivessem presentes para a Sagração do Templo e para a inauguração oficial da administração. No início de 1964, pelo adiantar das obras, a Grande Loja notificou seus membros de que a inauguração ocorreria naquele ano e conclamava os fratres e sorores artistas a colaborarem na decoração interior do templo. Em meados de junho começou a fase final da construção com a decoração do interior do templo realizada por rosacruzes extremamente dedicados a este fim. As imagens foram inspiradas nas cenas do cotidiano egípcio e o trabalho foi coordenado pelo Frater Hermanito Christensen e soror Mercedes Fuchs. 1964 Sagração do Grande Templo Assim, durante a primeira Convenção Nacional Rosacruz, no dia 24 de setembro de 1964, o Grande Templo e Administração foram inaugurados pelo Imperator. O evento também contou com a presença do então Supremo Secretário, Frater Arthur Piepenbrink, o representante do prefeito de Curitiba, além de inúmeros rosacruzes e convidados. A Sagração do Grande Templo ocorreu no dia 26 de setembro de 1964

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Novo prédio Administrativo

Novo prédio Administrativo AMORC GLP 1970 construção do novo prédio administrativo O rosacrucianismo prosperou muito em solo brasileiro, na década de 1970 eram muitos Organismos Afiliados, inclusive em Portugal. Diante disso, a Grande Loja de Língua Portuguesa necessitava de mais espaço para atender a demanda dos estudantes. Assim, em setembro de 1978 foram iniciadas as obras para a construção do novo prédio administrativo. Este seguiu o estilo egípcio e teve como arquiteto o Frater José Botelho Pereira. 1980 Grande Loja As obras foram concluídas em fins de fevereiro de 1980 e, foi possível, porque a Grande Loja havia provisionado fundos para levar a cabo tal projeto. O novo prédio possui 3200m² de área, divididos em quatro pisos, e com escritórios circundando um jardim interno. Os membros foram comunicados no boletim “Amorc Brasil” de março/ abril de 1980 que “no piso inferior ficará localizada a recepção geral, telefonista e atendimento de suprimentos. Nos demais pavimentos, a distribuição visará uma maior facilidade no fluxo de informação e objetividade operacional”. 1980 Inauguração Sua inauguração ocorreu no dia 18 de abril de 1980, com a presença do Frater Willian Burnam Schaa, então tesoureiro da Suprema Grande Loja, por ocasião de uma reunião administrativa. 2004 Novos espaços Sempre buscando oferecer melhor atendimento aos fratres e sorores, em 2004 o edifício passou por uma ampla reforma no andar térreo, tendo os seguintes espaços: o Salão Akhenaton, sala de projeção e um sanctum para os estudantes rosacruzes visitantes. 2009 Novos espaços Em 2009 novas mudanças foram realizadas com a inauguração do novo espaço destinado aos suprimentos rosacruzes, e, em 2010 a Sala Egípcia, esta dedicada ao relaxamento e à meditação não só dos rosacruzes, mas de todos os visitantes.

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Biblioteca Alexandria

Biblioteca Alexandria AMORC GLP 1992 Inauguração Inaugurada inicialmente junto com o Museu Egípcio e Rosacruz, a Biblioteca Alexandria – AMORC possuía cerca de 3400 exemplares. Com o crescimento de seu acervo ganhou espaço próprio que foi inaugurado em 22 de setembro de 1992 em solenidade conduzida pelo então Grande Mestre, Frater Charles Vega Parucker, com a presença de inúmeros fratres e sorores, além de colaboradores da Grande Loja. No evento, além de discursos sobre a importância cultural do espaço, também houve apresentação do Quarteto de Cordas Vocais e a inauguração da exposição “Transições”. 1992 Arquitetura Sua sede, foi inspirada na arquitetura egípcia antiga e, assim como o Museu Egípcio, possuía as características de uma mastaba. 2014 Novos espaços O acervo da Biblioteca Alexandria possui obras de várias áreas do conhecimento, porém o misticismo foi, desde a sua fundação, o setor com maior número de exemplares. Com o tempo reuniu uma coleção importante de obras raras, principalmente na área de Esoterismo e Egito Antigo. Desde a sua criação até 2012, na sala destinada ao estudo, sediou mostras de pintura e outras de caráter educativo-cultural, ampliando sua atuação junto ao público visitante. Com a construção do prédio URCI, entre 2012 e 2014, passou a habitar o terceiro andar, modernizando seu espaço. Hoje a Biblioteca Alexandria – AMORC é referência em obras sobre esoterismo e disponibiliza um local extremamente aprazível para estudantes rosacruzes e pesquisadores em geral.

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