O deus egípcio Bes

O nome pelo qual é chamado, ‘Bes’, originário da palavra ‘besa’, que significa ‘proteger’ era designado para representar uma variação de dez deuses que tinham muitas características semelhantes – Aha, Amam, Bes, Hayet, Ihty, Mefdjet, Menew, Segeb, Sopdu e Tetetenu. Suas origens datam do Reino Antigo, onde o deus Aha seria seu ancestral. Existe a hipótese de que seja originário da região onde atualmente se encontra a Turquia, uma vez que imagens do mesmo foram encontradas em escavações em território turco. Bem como acredita-se também de que seja originário da África subsaariana, pois um dos títulos que lhe é agregado, “Senhor de Punt”, denomina uma antiga terra pertencente à região. Inclusive, a coroa emplumada que Bes utiliza é muito semelhante com a coroa da deusa Anuket, originária das fronteiras sulistas do Egito. Há várias maneiras de ser representado, sendo muitas vezes de forma pitoresca, sendo um anão, de corpo peludo e nu ou envolvido em uma pele felina e também vestindo o saiote kilt. Rosto largo, barbudo, dotado de características felinas, muitas vezes projetando sua língua para fora da boca, pernas tortas e flexionadas. Em algumas representações aparece com as mãos apoiadas à cintura, em outras, empunha uma espécie de espada em uma delas e, ainda, a estrangular uma serpente. Também pode aparecer com o sinal ‘sa’, que significa proteção. Há casos em que é mostrado batucando um pandeiro. Sua forma de ser representado também se diferencia muito de os outros deuses egípcios, pois Bes muitas vezes é mostrado de frente e poucas vezes de perfil, como a maioria dos demais deuses egípcios, dando a sua representação uma maior impressão de movimento. Apesar da aparência grotesca em que muitas vezes é representado, Bes é dotado de uma índole benéfica, onde uma das suas principais funções era salvaguardar as gestantes, inclusive, o mesmo faz parte do grupo seleto de sete deuses do parto junto às deusas Hathor, Heket, Meskhenet, Isis, Nekbet e Tauret. Várias representações do deus são encontradas nas casas ‘mammisi’, típicas do período romano, onde eram locais sagrados para a realização do parto. Era também protetor principalmente das crianças, onde através de sua ‘feiura’, afastava maus espíritos e também ameaças peçonhentas como escorpiões e serpentes. Guardião do bom sono, prospector de fertilidade e de boa sorte, amuletos e representações eram encontrados nas paredes de casas de artesãos que trabalhavam na construção de tumbas da região de Deir el-Medina. Era o deus também das festas, sendo relacionado a dança e também a música, onde é encontrado em móveis do túmulo da rainha Tiye (XVIII Dinastia), onde Bes é representado tocando um pandeiro, exemplo encontrado também nas paredes do santuário da deusa Hathor, na ilha de Philae. Apesar da sua grande popularidade, nunca foi encontrado um templo dedicado especificamente a sua veneração. Restando somente uma vasta coleção de amuletos e pingentes, bem como pequenas estatuetas, representações em vários objetos, como potes cosméticos, máscaras, além de suas representações nas casas ‘mammisi’, e nas paredes de casas, tumbas e templos. Jean Carlo Pelanda

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