A ideia de um museu a céu aberto não é nova, pois os primeiros surgiram há mais de 100 anos, no século XIX e contavam com jardins e artefatos expostos ao ar livre. No Egito, consideramse os antigos templos, as antigas cidades e até mesmo as pirâmides como verdadeiros parques arqueológicos, ou ainda, museus ao ar livre. No Museu Egípcio & Rosacruz Tutankhamon não é diferente! No espaço intitulado como Complexo Luxor, você, nosso visitante, poderá conhecer aspectos incríveis sobre a arquitetura monumental e estátuas que ficavam dispostas ao ar livre com todos os seus significados simbólicos, religiosos e específicos, além de ter acesso à história local da organização que criou o nosso querido Museu, a Antiga e Mística Ordem Rosacruz, AMORC.
Este magnífico edifício em formato de templo egípcio antigo carrega o nome do primeiro dirigente mundial da Ordem Rosacruz, AMORC: Harvey Spencer Lewis. O prédio foi inaugurado durante a IV Convenção Rosacruz, em 1 0 de novembro de 1970, e seguiu o projeto do Egyptian Rosacrucian Museum & Planetarium, na cidade de San Jose, Califórnia, nos EUA. O desenho do projeto foi elaborado por um dos filhos de Harvey Lewis, o arquiteto Earle Lewis. O auditório possui 500 lugares e é procurado para palestras, formaturas e eventos de forma geral. A fachada do edifício é uma réplica do Templo da
Pirâmide do faraó Sahura, um dos governantes da V Dinastia (2465-2323 a.C.) no Reino Antigo. Dessa forma, o uso deste templo era dentro do que pode ser chamado de complexo piramidal, onde a pirâmide nunca era construída sozinha e contava com prédios adjacentes como armazéns, templos, conjuntos escultóricos, cais para atracar barcas e outras que fossem necessárias para garantir a vida no Outro Mundo do rei. Este estilo arquitetônico foi utilizado e desenvolvido ao longo do Reino Antigo (2575-2134 a.C.).
No final da década de 1950, a Antiga e Mística Ordem Rosacruz, AMORC estava situada na cidade do Rio de Janeiro. Na mesma década, em 1958, a família curitibana Colle e o segundo dirigente mundial da AMORC, Ralph Maxwell Lewis, filho do dirigente anterior, fizeram a doação de dois terrenos no bairro Bacacheri, na cidade de Curitiba. A partir daquele momento, a paisagem local começaria a mudar com a implantação dos projetos para a construção do primeiro edifício-monumento com arquitetura egípcia antiga. A construção e inauguração deste ambiente ocorreu entre 1960 e 1964. A área da direita abrigou a antiga administração da Ordem Rosacruz, AMORC e, atualmente, passa por reestruturações para receber novos aproveitamentos. A área da esquerda foi concebida para ser o Grande Templo Rosacruz, que ali funciona até os dias atuais, porém, não é visitável.
A arquitetura representa os templos egípcios da região do Alto Egito como os de Luxor, Karnak e Edfu. Estas construções são formadas por duas estruturas altas, os pilones, que são interligados por um pórtico. Este modelo de construção forma o hieróglifo Akhet – símbolo utilizado para escrever a palavra “horizonte”. A forma também faz referência ao momento da criação do mundo, no qual o deus criador Rá, teria surgido entre as montanhas para dar início à existência. Assim, esta forma templária representava para os egípcios antigos a eterna criação e recriação de tudo o que existia. No Antigo Egito os templos eram dedicados as divindades e
apenas os sacerdotes e o rei poderiam adentrar às construções. Como morada dos deuses, neles ocorria diariamente o ritual que era essencial para a manutenção da vida no Egito, tal como foi organizada a partir da criação do mundo.
Para os egípcios antigos era essencial representar suas divindades. Neste ambiente o visitante será apresentado à Maat a partir do modo como ao longo do tempo os egípcios foram representando a deusa. Além disso, encontrará um conjunto de telas, elaboradas pelo artista plástico Eduardo D’Ávila Vilela, com cenas do Egito que evidenciam a importância de Maat como princípio em várias esferas da vida.
Os jardins egípcios estavam presentes nas áreas residenciais, nos palácios, templos e nas capelas funerárias. Geralmente possuíam um pequeno tanque ou canal de água, além de uma grande diversidade de plantas: algumas ornamentais, outras para o consumo.
Quem visita o Complexo Luxor encontra algumas dessas plantas cultivadas na antiguidade. O papiro, por exemplo, que além de ser utilizado para a confecção do papel, também foi matéria prima para sandálias e pequenas embarcações. Seu formato também inspirou a mitologia e a arquitetura. Os papiros teriam nascido e abriram com os primeiros raios solares que marcavam a criação do mundo. Essa interpretação está presente nas colunas dos templos egípcios com capitéis em formato de plantas como é o caso do papiro e do lótus.
Entre as árvores é possível conhecer uma tamareira, que além de fornecer sombra para os dias ensolarados produz um fruto doce – a tâmara – muito consumida pelos egípcios antigos. Há também uma romãzeira que produzia um fruto bastante popular. Ingeriam a fruta in natura, faziam suco e o utilizavam na elaboração de um tipo de vinho. As plantas também tinham significado simbólico, foram associadas à crença na vida além-túmulo, pois representavam fertilidade e renascimento.
O Na antiga capital Tebas uma avenida de esfinges ligava os dois principais templos da cidade: Karnak e Luxor. Ambos os santuários foram construídos em homenagem ao deus Amon, divindade diretamente associada aos faraós que governaram durante o Reino Novo. Karnak era o templo oficial de Amon, sua morada na terra, local que também abrigava os santuários da deusa Mut e do deus Khonsu, considerados esposa e filho de Amon. O templo de Luxor também foi dedicado à Amon e o apresentava como a divindade criadora do mundo.
Anualmente, entre esses dois templos, ocorria o Festival de Opet, uma das maiores festividades do Egito Antigo. Nesta, as estátuas dos deuses da tríade tebana (Amon, Mut e Khonsu) saíam do templo de Karnak em barcas cerimoniais, carregadas por sacerdotes, que transitavam pela avenida de esfinges para chegar até o templo de Luxor. Assim, como as esfinges eram símbolos de proteção, adornavam todo o percurso em que as barcas divinas transitariam. No Egito Antigo as pessoas comuns não tinham acesso ao interior dos templos e, dessa forma, à imagem das divindades. A participação no festival era a oportunidade de ver os deuses e os acompanhar.
Ao chegar no templo de Luxor as estatuas dos deuses eram dispostas em seus respectivos santuários. Interpreta-se que a festa ocorria com a intenção de renovação do poder divino e real. O rei, de acordo com sua natureza divina, teria sua força vital renovada e, por extensão, de toda a população, uma vez que o faraó era representante dos deuses junto à humanidade.
Originalmente, este obelisco ficava em frente ao sétimo pilone do Templo de Karnak. As inscrições deste monumento contam sobre parte da expansão militar e de fronteiras que o faraó Tothmés III empreendeu na região da Síria-Palestina no ano 33 de seu reinado. No topo, o rei aparece realizando oferendas ao deus Amon-Rá, divindade solar que poderia acompanhar o egípcio a qualquer lugar que fosse, inclusive fora do Egito.
Durante o período de dominação romana, muitos obeliscos foram retirados do Egito e levados para diversas localidades do Império Romano e até mesmo para a capital, Roma. Este obelisco, especificamente, foi levado para a antiga capital do Império Romano do Oriente, Constantinopla – atual Istambul, capital Turca – durante o governo do imperador Theodosio, no ano 390 d.C.
Os obeliscos eram ligados ao poder do deus solar, Rá, devido à mitologia da criação do mundo da cidade de Heliópolis. Nela, o primeiro pedaço de terra ou montanha surgiu do Oceano Caótico, Nun. Esta montanha chamava-se Ben Ben; dela, o deus Sol despertou e passou a criar todas as coisas. Assim, os obeliscos são uma das representações da montanha primordial na ideia de criação do mundo.
O Memorial Rosacruz, inaugurado em 1987, a princípio foi concebido como uma réplica do Akhenaton’s Shrine, construído na sede mundial da AMORC, em San Jose, California. A intenção de tal construção era homenagear os rosacruzes do passado. Organizado na forma de um quiosque, com hieróglifos em baixo relevo e colunas em estilo papiriforme, hoje compõe o Complexo Luxor, um museu à céu aberto.
O monumento passou por uma revitalização entre os anos de 2017 e 2019, tornando-se um exemplar de um pequeno templo egípcio, devido as intervenções que foram realizadas na decoração do espaço. Os hieróglifos originais receberam cores, conforme ocorria no Egito Antigo, no teto foram inseridos nomes, organizados em cartuchos, de faraós pertencentes à XI, XII, XVII e XVIII dinastias. Além disso, o teto foi pintado de azul e decorado com estrelas, uma representação do mundo divino.
O Memorial está erigido na direção leste – oeste, pontos ligados ao nascer e ao pôr-do-sol. Na entrada leste está Kepri – o deus sol do amanhecer – enquanto no outro lado está Atum, a divindade solar envelhecida e associada ao entardecer. Ambos demonstram a rota que o sol percorria todos os dias pelo céu, símbolo do nascimento e renascimento.
Fundador Fundador do Império Romano, Cesar Augusto nasceu em 63 a.C. Batizado como Otávio, foi por um de seus principais títulos, o de Augusto, que ficou conhecido pela história. Era sobrinho neto de Júlio César e, após a sua morte, foi nomeado seu herdeiro, e, em 42 a.C. passou a integrar o Segundo Triunvirato, na companhia dos generais Lépido e Marco Antônio.
Marco Antônio tornou-se administrador da área Oriental do Império Romano e, ao dirigir-se para a região, buscou o apoio da rainha egípcia Cleópatra VII, permanecendo com ela. Doações de possessões romanas para a rainha e para os dois filhos que tiveram, levaram Otávio, com o apoio do Senado romano, a declarar guerra ao protetor da parte oriental do Império, vencendo-o em 31 a.C., na batalha de Ácio. Com a derrota de Marco Antônio e Cleópatra o Egito tornou-se domínio de Roma e Otávio foi aclamado libertador da República Romana. Para a população egípcia apresentouse como sucessor dos faraós, tornou o Egito seu território privado e o governante da região era nomeado por ele. Otávio foi, em 27 a.C., declarado Imperator de Roma e Augusto. Otávio morreu em 19 de agosto de 14 d.C. e seu filho adotivo, Tibério, deu continuidade ao seu legado.
Esta estátua é uma réplica do “Augusto de Prima Porta” que está no Museu do Vaticano e foi encontrada em 1863 nas ruínas da Villa Ad Gallins Albas, nas proximidades de Roma. É uma estátua póstuma de Augusto e foi encomendada por Tibério, seu filho adotivo, em 15 d.C. Está vestido com a gala militar e o fato de estar descalço, como os deuses eram representados, afirma a posição divina do imperador. As cenas presentes em sua armadura descrevem a vitória romana sobre os Partos. Esta estátua de Cesar Augusto personifica seu poder e autoridade, já que está na posição de um general que se dirige ao povo ao realizar o discurso da vitória.
Esta réplica da estátua de Cesar Augusto, autorizada pelo Vaticano, foi um presente que o Imperator Emérito, Ralph Maxwell Lewis (1904-1987) então Supremo Secretário da AMORC presenteou seu pai, Dr. Harvey Spencer Lewis, em 1937. A homenagem se deu em reconhecimento ao excepcional trabalho desenvolvido por ele como líder na gestão da AMORC desde sua implantação em 1915 até aquela data (1937).