Encontrada dentro do Templo de Amon (em Karnak) esta estátua de Tutankhamon em granito tinha as dimensões reais do faraó. Ela foi descoberta juntamente com uma segunda imagem quase idêntica a ela, e estas duas estátuas podem ter ladeado um portal dentro do templo. Apesar de não terem sido encontradas na tumba, os cartuchos ilustrados no pilar do fundo identificam o governante da XVIII dinastia.
Tutankhamon tem na cabeça o toucado nemes e, sobre este, um uraeus (símbolo da soberania e divindade no Egito Antigo). Em uma pose típica da realeza masculina, ele está adornado com um saiote masculino até o joelho com um painel frontal engomado na forma de um trapézio sobre o qual ele repousa as suas mãos em um gesto de adoração. O jovem rei está com suas sandálias, e seus pés estão colocados diretamente em cima de nove arcos que representam os inimigos do Egito, os quais ele precisaria derrotar para preservar Maat (“verdade e ordem”), mantendo, ao mesmo, tempo Isfet (“caos”) à distância. Entre suas pernas também é possível ver a cauda do touro divino, um símbolo da virilidade do faraó.
A estátua tem elementos que pertencem à iconografia do período de Amarna, notadamente as orelhas furadas, a cintura pequena e a barriga levemente saliente.
Em uma das três inscrições, esculpida no pilar detrás da estátua, lê-se: “O deus perfeito, que fundou Tebas, que aprovou leis perfeitas, e que preserva Maat; Senhor das Duas Terras, Nebkheperura, filho de Ra, Senhor das Aparências, Tutankhamon, bem-amado de Amon-Rá, o rei dos deuses.”