Ramsés II, o Grande

Um dos mais conhecidos faraós da antiguidade egípcia, Ramsés II foi o terceiro faraó da XIX Dinastia (1307-1196 a.C.), cujo reinado durou em torno de 66 anos, indo de c. 1290 a 1224 a.C. Por suas conquistas em guerras e pelas construções feitas em seu reinado, o mesmo foi intitulado de Ramsés II, o Grande. A origem deste faraó começa com seu avô, Ramsés I (1307-1306 a.C.), um exímio líder militar que serviu como general do faraó Horemheb (1319-1307a.C.), último rei da XVIII Dinastia (1550-1307) que antes de morrer nomeou Ramsés para assumir o trono. Ramsés II era filho do faraó Seti I (1306-1290) com a rainha Tuya. Seti o reconheceu como seu primogênito e o nomeou regente, isso significa que após a sua morte ele iria se tornar o próximo governante. Durante sua juventude, o príncipe Ramsés foi treinado no exército, o que mais tarde faria com que o mesmo se tornasse um reconhecido líder militar. Com a idade de 24 anos, Ramsés II ascendeu ao trono, na primeira instancia de seu reinado esteve focado em manobras militares, proporcionou aos exércitos maior importância, sendo bem treinados e melhor tratados, também foram feitas construções de fortificações nas fronteiras egípcias que ajudavam na movimentação das tropas e garantia segurança e proteção ao Egito. Através de seu poder como faraó ele criou uma nova capital chamada Pi-Ramsés, na região central do Delta Oriental. Toda nobreza e exército foram redirecionados para essa nova sede, lá foram feitas melhorias no arsenal egípcio que proporcionaram maior estabilidade ao governo do rei. Anos mais tarde vieram as campanhas militares e durante cinco anos os egípcios se prepararam militarmente, então marcharam em direção ao Mediterrâneo onde iniciaram a reconquista da cidade de Tiro e ocuparam as regiões de Canaã e Amurru. A batalha mais famosa foi contra os hititas e é conhecida como Batalha de Kadesh. O conflito foi pelo domínio da Síria e o seu ponto alto ocorreu perto das muralhas dessa cidade, durando 15 anos, e só terminou após um acordo de paz assinado por ambos os lados, anistia aos refugiados e acerto dos territórios. Além das conquistas militares, o que também fez com que Ramsés II fosse conhecido como “o Grande” foi a prosperidade de seu reinado onde, por exemplo, houve a construção de enormes templos. Ele continuou a construção do grande salão hipóstilo em Karnak (Tebas) e deu sequência aos trabalhos no templo funerário construído por seu pai, Seti I, em Abydos, os quais foram deixados incompletos na morte do último. Foram finalizados também os templos funerários destinados ao seu pai em Luxor (Tebas) e mandou construir seu próprio templo funerário, o que mais tarde seria conhecido como Ramesseum (Tebas). As estruturas que mais são conhecidas até os dias de hoje se localizam ao sul do Egito, na região da Núbia. Aproximadamente seis templos, sendo dois deles esculpidos nas rochas, conhecidos como Abu Simbel, com quatro estátuas colossais do próprio Ramsés II.   Da vida pessoal de Ramsés praticamente nada é conhecido. Sua Grande Esposa, cujo o nome era Nefertari, teve um templo menor em Abu Simbel dedicado a ela. A rainha parece ter morrido comparativamente cedo durante o reinado de Ramsés II, e seu túmulo no Vale das Rainhas, em Tebas, é bastante conhecido. O rei teve outras esposas em seu harém, as quais deram filhos ao faraó, entre esses o sucessor de Ramsés II, Merneptah, e seus irmãos Merytamun e Matnefrure – a princesa hitita. No decorrer de sua vida o rei teve aproximadamente 100 filhos e viveu quase 90 anos. O melhor retrato de Ramsés II é uma estátua dele como jovem, agora no Museu Egípcio de Turim. Sua múmia, preservada no Museu Egípcio no Cairo, é a de um homem já idoso com um rosto longo e estreito, nariz proeminente e maxilar maciço. O reinado de conquistas e prosperidades de Ramsés II, o Grande, foi o último pico de poder do reino egípcio. Após sua morte o Egito conseguiu manter sua soberania. Ele foi um líder notável, exímio militar e administrador competente e fez com que o país fosse próspero em seu reinado. Alguns de seus feitos, no entanto, certamente devem ser levados para o seu estilo de publicidade, seu nome e seus registros de batalhas que foram encontrados em todo o Egito e na Núbia. Autor: Arthur Fanini Carneiro – Monitor do Museu Egípcio Referências Bibliográficas ARAÚJO, L. M. O clero de Amon no antigo Egito. Lisboa: Cosmos, 1999. DONADONI, S. O Homem Egípcio. Lisboa: Editorial Presença, 1994. GRALHA, J. Deuses, faraós e o poder: legitimidade e imagem do Deus dinástico e do monarca do Antigo Egito – 1550-1070 a.C. São Paulo: Ed. Hemus, 2002. MELLA, F. O Egito dos Faraós. São Paulo: Editora Hemus, 1998. MERTZ, B. Temples, tombs, and hieroglyphs. New York: HaperCollins e-books, 2007. MONTET, P. A Vida Cotidiana no Egito no tempo dos Ramsés. São Paulo: Ed. Livros do Brasil, 1989. NÉRET, G. Description of Egypt. Paris: Taschen, 2001. NOBLECOURT, C. D. Ramsés II, la veitable histoire. Paris: Warelet, 1996. SPALIGER, A. The Great Dedicatory Inscription of Ramesses II. Boston: Ed. Brill, 2009.

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