Tutankhamon – O faraó menino

Por Arthur Fanini Carneiro

Tutankhamon foi faraó durante a XVIII Dinastia (c. 1550-1307 a.C.), sucedendo seu pai Akhenaton, governante responsável pela reforma amarniana. Nesta passou-se a cultuar um único deus, Aton – representação do disco solar. Quando Akhenaton morreu o culto a Aton foi abandonado e após uma conturbada sucessão ao trono, o jovem príncipe Tutankhamon, filho de uma segunda esposa do faraó, ascendeu ao governo com a idade entre nove e dez anos.

Durante seu governo Tutankhamon reabriu os templos e retomou os cultos abolidos por seu pai, em especial ao deus Amon. Seu nome enquanto vivia na corte de Akhenaton era Tutankhaton que fazia alusão ao nome do deus Aton. Com o retorno às antigas crenças o jovem faraó alterou seu nome para a forma mais conhecida: Tutankhamon que significa “ imagem viva de Amon”.

Tutankhamon casou-se com sua meia-irmã, Ankhesenamon, que era filha de Akhenaton e Nefertiti. Devido à idade do jovem soberano, a administração política e econômica ficou sob controle do vizir conhecido como Ay, o qual teve o apoio militar do principal comandante do Egito na época, o general Horemheb. Durante o reinado de Tutankhamon, a política externa foi restaurada e as relações com os vizinhos do Egito melhoradas. Mesmo assim, tendo sido um governo diplomático e tendo relações exteriores bem-sucedidas, batalhas ocorreram entre egípcios, núbios e asiáticos sobre o território que controlava as rotas de comercio.

Tutankhamon ordenou reparações de templos sagrados como a continuação da construção do templo de Karnak, em Luxor, a antiga Tebas.  Uma rara imagem do faraó Tutankhamon em seu papel oficial como governante se localiza na tumba de seu vice-rei, Amenhotep Huy, na Nubia. Nela podemos ver o jovem rei realizando seus deveres oficiais sozinho. O papel do vice-rei era manter o ouro fluindo da Nubia para o Egito, ouro que seria utilizado tanto no ataúde quanto na máscara mortuária do faraó.

Entre dezenove e vinte anos de idade Tutankhamon faleceu. Seu corpo levou setenta dias para ser mumificado por completo, e esse foi o tempo que os trabalhadores tiveram para os preparativos de sua tumba. Seu corpo foi transportado de balsa pelo Nilo até o local de seu sepultamento no Vale dos Reis. Tutankhamon não deixou herdeiros. Ankhesenamon era a única herdeira real viva, e após a morte de seu marido casou-se com o vizir Ay, tornando-o o novo faraó. Ay teve grande influência no reinado de Tutankhamon. Aconselhava o rei, ministrava a justiça e controlava a entrada ao palácio.

Apesar de seu curto governo, Tutankhamon é um dos faraós mais famosos da história egípcia, não tanto por seus atos políticos, mas por sua tumba descoberta em 1922, por Howard Carter, que revelou uma grande riqueza em termos de objetos funerários e cotidianos a qual nenhuma outra tumba real possui.

 

 

 

 

Detalhe do trono de Tutankhamon. Original: Museu Egípcio – Cairo

 

Máscara do Tutankhamon. Original: Museu Egípcio – Cairo.

 

Tumba de Amenhotep-Huy – Amenhotep-Huy com o rei Tutankhamon

 

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