Beni Hassan – Tumba de Amenemhat

Orlando Vinicius Buratto Cordeiro – Monitor do Museu Egípcio e Rosacruz Tutankhamon

Localizado na fértil região de Al-Minya, se encontra o cemitério de Beni Hassan – c. de 200 quilômetros do Cairo. A necrópole é constituída por duas áreas, sendo a inferior, que contém 800 tumbas, com a maioria em formato de poço e datando do Reino Antigo até o Reino Médio (2575 a.C. – 1640 a.C.); e a superior, que contém 39 túmulos, escavados na rocha de forma horizontal, contendo alguns dos jazigos mais ricos e bem preservados do Reino Médio. Entre eles, está a tumba de Amenemhat, que foi último a possuir o título de “nomarca” do 16° nomo (região) do Alto Egito.

Amenemhat viveu no início da XII Dinastia (1991 a.C – 1783 a.C.), uma época de grande riqueza material para a nobreza egípcia e para os funcionários do Estado. Essa ascensão econômica beneficiava de forma proporcional esses dois grupos, se estendendo desde o faraó até o escriba. A opulência desse período pode ser atestada no alto detalhamento de decorações nos túmulos de oficiais, vizires e altos funcionários, especificamente os de Beni Hassan, com cenas de caça, pesca, agricultura e produção artesanal em massa ricamente produzidos.

Sendo o último nomarca (governador) da cidade (nomo) de Oryx, Amenenhat atuou por 25 anos, governando a cidade no reinado do faraó Senusret I (1971 a.C. – 1926 a.C.), o segundo monarca da dinastia. Como um alto funcionário administrativo, Ameny – como era usualmente chamado – se beneficiou da opulência do período, o que se traduz na impressionante fachada da sua tumba, muita parecida com as entradas internas dos templos. Ela apresenta duas colunas que foram esculpidas na própria rocha e sustentam uma espécie de marquise, também escavada na rocha.

Dentro do recinto, podemos destacar o grande número de representações existentes nas paredes. Observa-se cenas de luta corporal e de combates armados entre soldados e guerreiros, há imagens de pesca com redes, pastoreio de gado, confecção de objetos, engarrafamento de vinho e cenas de caça, principalmente ao Órix (espécie de antílope), sendo o animal que dá nome a cidade. Encontra-se no final da tumba uma pequena capela recortada na rocha, e nesse santuário é possível observar a estátua funerária de Amenemhat no centro, e duas estátuas, uma de sua mãe, Henu, e uma de sua esposa Hetepet. Tal local era destinado a prestação de oferendas ao morto. Geralmente contendo apenas a estátua do dono da tumba, o grupo escultórico transmite o nível de riqueza do governante da região, uma vez que Ameny mandou produzir estas três estátuas funerárias para o mesmo recinto.

Foto: Imgur. Consulta em: https://imgur.com/cO6Cn8B

Foto: Antiquities, Ministry of Tourism and. The tombo f Amenemhat. Consulta em: https://egymonuments.gov.eg/en/monuments/the-tomb-of-amenemhat

REFERÊNCIAS:

BRANCAGLION, Antonio. Quadro Cronológico Lista de Reis, Laboratório Seshat – Museu Nacional/UFRJ. Rio de Janeiro. Disponível em: https://www.academia.edu/36222181/CRONOLOGIA_EG%C3%8DPCIA_QUADRO_CRONOL%C3%93GICO_LISTA_DE_REIS. Acesso em: 19 abr. 2023.

Beni Hassan. Ministry of Tourism and Antiquities. Disponível em: https://egymonuments.gov.eg/en/archaeological-sites/beni-hasan. Acesso em: 19 abr. 2023.

The Tomb of Amenemhat. Ministry of Tourism and Antiquities. Disponível em: https://egymonuments.gov.eg/en/monuments/the-tomb-of-amenemhat. Acesso em: 19 abr. 2023.

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