EXPOSIÇÃO – Museu Egípcio e Rosacruz – realizada em 2018
Foi na sua arquitetura construída em pedra, com a intenção de durar a eternidade, que os antigos egípcios nos legaram o simbolismo de sua crença religiosa e funerária. Akhet, título da exposição do Museu Egípcio e Rosacruz, é o símbolo hieroglífico que corresponde ao horizonte, que para os egípcios representava o local de passagem entre o mundo dos vivos e o mundo dos deuses, além de ser o local onde o sol nasce e se põe todos os dias. Observar esse fenômeno natural e sendo o sol o deus egípcio Rá, criador do mundo, possivelmente motivou a forma das principais construções realizadas pelos egípcios ao longo de seu período faraônico. Assim, a XVI mostra de longa duração do Museu Egípcio o convida a conhecer alguns modelos arquitetônicos egípcios antigos e o significado que possuíam.
Nesta sala você conhecerá um importante documento para a egiptologia: a Estela de Roseta. Quando Napoleão Bonaparte chegou ao Egito em 1798, levando consigo muitos sábios franceses, trouxe à tona o documento que possibilitaria conhecer a escrita egípcia que havia deixado de ser grafada desde o século IV. Este documento é a Estela de Roseta, que apresenta três escritas: duas egípcias – a hieroglífica e a demótica – e a grega. Muitos pesquisadores já haviam tentado decifrar a escrita egípcia. Porém, foi apenas em 1822, pelas mãos do Francês Jean-François Champollion, que ela se tornou acessível por meio da tradução da Estela de Roseta.
Símbolos do sol, as pirâmides foram construídas para abrigar as múmias dos faraós das primeiras dinastias. O rei, visto como filho do sol, após a morte, se encontraria com os deuses junto das estrelas. No período da construção das primeiras pirâmides os nobres eram enterrados em construções menores chamadas mastabas que também são demonstradas nesse ambiente.
Nos templos, locais de culto dos deuses e dos faraós, ocorriam diariamente a cerimônia para garantir a Ordem Cósmica criada pelos deuses no momento da criação. Sua arquitetura está totalmente relacionada a esse momento mitológico. Além de demonstrar a estrutura dos templos, esta sala dedica-se ao ofício dos sacerdotes e elementos associados aos ritos religiosos.
A crença egípcia na vida além-túmulo motivou a construção de diversas estruturas arquitetônicas como as pirâmides, mastabas e hipogeus. Nesta sala apresentamos um desses exemplos, as tumbas construídas para os faraós no Vale dos Reis. Para além de conhecer essas estruturas, nesta sala há objetos relacionados à tumbas de nobres, de exemplares de materiais que eram guardados dentro delas ou utilizados no processo de mumificação.
Em Tebas, a capital do Egito Antigo, durante o Reino Novo, as tumbas foram escavadas nas rochas dos vales montanhosos, a oeste do rio Nilo. Essas tumbas geralmente possuíam três partes: um pátio, a capela para o culto funerário e a câmara funerária subterrânea, na qual a múmia era encerrada. Todo o complexo era chamado de “Casa da Eternidade”, pois seria a morada permanente para o indivíduo e sua família após a morte. A capela mortuária, em especial, era o local onde os familiares deveriam realizar o culto funerário para o proprietário da tumba. Por isso era decorada e revelava a crença e a atitude dos egípcios em relação à morte. Suas imagens demonstram o status e o prestígio de seu proprietário. Muitas vezes organizada em dois ambientes, as cenas da primeira sala eram associadas ao mundo dos vivos, ao passo que as cenas da sala interna eram relativas à vida além-túmulo. Muitas vezes, com o passar do tempo, tumbas eram abandonadas e reutilizadas por gerações futuras. E é justamente o que representamos aqui no Museu Egípcio com a organização de uma capela funerária para a visita à múmia Tothmea, pois no período em que ela viveu não se construíam mais complexos funerários como este. Assim, nós o convidamos a conhecer um pouco mais sobre a crença egípcia na vida além-túmulo ao visitar a “Casa da Eternidade da múmia Tothmea”.
Réplica da Estela de Roseta, documento muito importante para a egiptologia, pois através dela foi possível concretizar a decifração da escrita hieroglífica.