Akhenaton – O Filho de Aton

Por: Guilherme Gemin – Monitor do Museu Egípcio

Akhenaton foi um faraó da XVIII Dinastia no Reino Novo (1550 – 1070 a.C.). É filho de Amenhotep III, pai de Tutankhamon e marido de Nefertiti. Foi coroado oficialmente em Tebas, seguindo as tradições egípcias daquele momento. Governou em uma época favorável o Alto e o Baixo Egito (1353 – 1335 a.C.), pois havia controle administrativo, político e religioso, o que foi benéfico para que se realizassem modificações.

Os faraós adquiriam o título através da hereditariedade e acreditavam na sua ligação sanguínea com o próprio deus Hórus. A autoridade de um faraó era atribuída através do poder divino, aonde exercia o sumo sacerdócio e a política interna e externa do Egito.

Quando assumiu o trono, Akhenaton chamava-se Amenhotep IV. Mudou seu nome durante a realização das reformas a partir do segundo ano de reinado. Essas mudanças ocorreram em diversos campos: na política, na arte e na religião. A capital foi transferida de Tebas para Akhetaton – uma localidade praticamente no meio do Egito, onde encontramos nas montanhas desérticas uma representação do hieróglifo Akhet que na escrita egípcia quer dizer literalmente o “horizonte”. Portanto, Akhetaton quer dizer “horizonte de Aton”, trata-se de uma cidade planejada, construída e dedicada ao deus Aton – simbolizado pelo disco solar. Em todo o seu planejamento, a organização templária tinha como intuito realizar o culto a essa divindade, que era o deus criador de toda a humanidade e do mundo. Em sua religião não se estabelecia o caos, a escuridão e a morte. Por isso, o culto aos diversos deuses tradicionais acabou abolido do seu reinado.

Os templos de Akhetaton possuíam o pátio a céu aberto – a luz do dia estava associada ao contato do deus com os seus fiéis, o que é possível observar através das estelas e representações dos templos que retratam esse culto. Apesar disso, as pessoas comuns foram impedidas de cultuar diretamente a divindade, cabendo somente a família real a realização das oferendas para Aton e adoração por parte da população.

Toda a representação sobre a imagem de Akhenaton, como também de Aton, envolvendo sua crença se encerra no momento em que Tutankhamon assume o trono e volta a realizar as práticas religiosas antigas, permitindo então que os egípcios pudessem realizar oferendas para os diversos deuses anteriores a reforma de seu pai. Ciro Flamarion Cardoso cita “a reforma de Amarna não promoveu o monoteísmo, pois o faraó não renunciou à sua própria divinização, que pelo contrário, foi exaltada” (CARDOSO, p.125).

Apesar dos esforços dos antigos egípcios para apagar essa história, Akhenaton é um dos faraós mais conhecidos e estudados na contemporaneidade. Embora Akhetaton tenha sido destruída logo após a morte do rei, seu período deixou um importante legado para diversas interpretações acerca do reinado de Akhenaton.

 

 

Referências Bibliográficas :

http://www.historia.uff.br/revistaplethos/arquivos/numero1/gisela.pdf

http://www.historia.uff.br/revistaplethos/nova/downloads/3,2,2013/5%C2%AA%20edi%C3%A7%C3%A3o%20completa.pdf#page=105

Traut, Emma Brunner. Os fundadores das grandes religiões(Akhenaton, o Iluminador). 1 ed. Local: Petrópolis, RJ. Editora Vozes. 1994. Xx p

http://phoinix.historia.ufrj.br/media/uploads/artigos/6_-_De_Amarna_aos_Ramses_-_Ciro_Flamarion_Cardoso.pdf

http://www.seshat.com.br/wp-content/uploads/2014/07/Semna-Estudos-de-Egiptologia.pdf

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