Exposição Akhet: o horizonte dos deuses

Exposição Akhet: o horizonte dos deuses

Foi na sua arquitetura construída em pedra, com a intenção de durar a eternidade, que os antigos egípcios nos legaram o simbolismo de sua crença religiosa e funerária. Akhet, título da exposição do Museu Egípcio e Rosacruz, é o símbolo hieroglífico que corresponde ao horizonte, que para os egípcios representava o local de passagem entre o mundo dos vivos e o mundo dos deuses, além de ser o local onde o sol nasce e se põe todos os dias. Observar esse fenômeno natural e sendo o sol o deus egípcio Rá, criador do mundo, possivelmente motivou a forma das principais construções realizadas pelos egípcios ao longo de seu período faraônico. Assim, a XVI mostra de longa duração do Museu Egípcio o convida a conhecer alguns modelos arquitetônicos egípcios antigos e o significado que possuíam.

Sala 1

Sala 1 – As Pirâmides

Símbolos do sol, as pirâmides foram construídas para abrigar as múmias dos faraós das primeiras dinastias. O rei, visto como filho do sol, após a morte, se encontraria com os deuses junto das estrelas. No período da construção das primeiras pirâmides os nobres eram enterrados em construções menores chamadas mastabas que também são demonstradas nesse ambiente.

ESTÁTUA DE UM ESCRIBA DESCONHECIDO

Proveniência: Saqqara – Egito.

Período: Reino Antigo –V Dinastia – 2575- 2134 a.C.

A original encontra-se no Museu Nacional Egípcio – Cairo – Egito.

Na estrutura da sociedade egípcia a figura do escriba era muito importante, pois era responsável pela administração, coleta de impostos, em suma toda elaboração de textos. Mas “escriba” não era propriamente uma profissão, mas sim um título. Assim, temos diversos funcionários, sacerdotes e artesãos com esta titulação. O presente escriba, representado nesta escultura de pedra calcária pintada, é um personagem cujo nome não foi registrado. A postura, com as pernas cruzadas, braços apoiados sobre o saiote e mão esquerda a desenrolar um papiro, demonstra o exercício de seu ofício.

PRÍNCIPE RAHOTEP E PRINCESA NOFRET

Proveniência: Mastaba de Rahotep – Meidum.

Reino Antigo – IV Dinastia; c. 2575-2550 a.C.

As peças originais encontram-se no Museu Naional Egípcio – Cairo – Egito

Através dos hieróglifos destas estátuas podemos conhecer os nomes e funções de seus proprietários. Rahotep era filho do Faraó Sneferu e possuía diversos títulos que aparecem nas inscrições do encosto de seu assento: “sacerdote de Rá em Heliópolis”, “superintendente dos trabalhos” e “superintendente das expedições”. Nofret, de origem não real, traz o título de “conhecida do Rei”, concedido a damas da época que freqüentavam a corte. Estas esculturas em calcário pintado nos mostram o tipo físico dos egípcios, e as vestimentas que eram utilizadas durante o Reino Antigo: um saiote curto para o homem e um vestido longo com duas alças para a mulher.

Sala 2

Sala 2 – Os Templos egípcios

Nos templos, locais de culto dos deuses e dos faraós, ocorriam diariamente a cerimônia para garantir a Ordem Cósmica criada pelos deuses no momento da criação. Sua arquitetura está totalmente relacionada a esse momento mitológico. Além de demonstrar a estrutura dos templos, esta sala dedica-se ao ofício dos sacerdotes, sendo que o primeiro e principal deles era o faraó.

RELEVO DE AMENHOTEP III

Proveniência: Luxor – Egito.

Período: Reino Novo – XVIII Dinastia – 1550 – 1307 a.C.

O original encontra-se no Templo de Luxor – Luxor – Egito.

O reinado de Amenhotep III durou cerca de quarenta anos e manteve seu vasto império com uma mistura de diplomacia e casamentos reais. Este relevo é um dos muitos que se encontram no templo de Luxor, mais precisamente na sala mais interna, após a área denominada Santo dos Santos. A peça traz a imagem do rei com a coroa do Baixo Egito segurando dois vasos, possivelmente contendo leite e vinho para ser ofertado aos deuses.

ESTATUA DO FARAÓ RAMSÉS II

Proveniência: Karnak

Reino Novo – XIX Dinastia; c. 1290-1224 a.C.

A original encontra-se no Museu Egípcio – Turim – Itália.

Ramsés II é hoje um dos faraós mais conhecidos, provavelmente devido a seus numerosos monumentos espalhados por todo Egito, entre os quais se destaca o templo de Abu Simbel.

Diversas estátuas construídas por ordem do rei representam-no no auge de sua juventude, sendo a presente peça, um bom exemplo. Confeccionada em granito negro, Ramsés II foi representado sentado, ladeado por seu filho e por sua esposa, a rainha Nefertati. Ele porta a coroa azul, chamada kheprech, com a serpente-ureus sobre a fronte, e um cetro na mão direita, símbolo de sua autoridade.

MÁSCARA DE UM CARNEIRO COM DISCO SOLAR

Período: Ptolomaico – 332 a.C a 30 a.C.

O original encontra-se no Museu da Mumificação – Luxor – Egito.

Esta é uma máscara consagrada ao deus Khnum, o oleiro divino. Segundo a mitologia egípcia, este deus criava os homens em seu torno utilizando o barro retirado do rio Nilo. A crença nesta divindade cresceu a partir do Reino Novo e estendeu-se até o período Ptolomaico. Khnum era adorado principalmente no templo de Elefantina, no Sul do Egito, pois também era associado à inundação inicial do Nilo. Neste templo foram encontradas múmias de carneiros dedicados a divindade e esta é uma máscara que estava sobre uma delas. Era também considerado o terceiro aspecto de Rá, o que nos ajuda a compreender o disco solar representado junto à máscara. A coroa está reconstituída.

Sala 3

Sala 3 – Complexos Funerários

A crença egípcia na vida além-túmulo motivou a construção de diversas estruturas arquitetônicas como pirâmides, mastabas e hipogeus. Nesta sala apresentamos um desses exemplos, as tumbas construídas para os faraós no Vale dos Reis. Para além de conhecer essas estruturas, nesta sala há objetos relacionados à tumbas de nobres, de exemplares de materiais que eram guardados dentro delas ou utilizados no processo de mumificação.

TAMPA DO ATAÚDE DE UMA SACERDOTISA

Proveniência: Luxor – Egito.

Período: Terceiro Período Intermediário – XXI Dinastia – 1070-945 a.C.

A original encontra-se no Museu Britânico – Londres – Grã-Bretanha.

Embora repleta de símbolos hieroglíficos esta peça não traz o nome de sua proprietária, somente

o título de “sacerdotisa”. A face, emoldurada por uma peruca enfeitada com faixas e pétalas de

flor de lótus, certamente não condiz com a real aparência da mulher que adquiriu esta peça. Era

comum no Egito a confecção de ataúdes por encomenda, ou a “compra” de um exemplar já

pronto. Sabemos disto porque em alguns ataúdes o espaço onde estaria o nome do morto foi

deixado em branco, ou em outros casos, o nome é muito grande ou pequeno para área onde

deveria ser escrito.

MÚMIA DE PYPYIW

Proveniência: Desconhecida

Período: Saíta – XXVI Dinastia – 664 – 525 a.C.

A original encontra-se no Derby Free Library and Museum – Grã-Bretanha.

O museu onde a múmia se encontra atualmente não possui registros do local onde fora encontrada. Pypyiw repousava em um ataúde de madeira e possuía uma máscara mortuária feita em cartonagem e a múmia estava coberta por uma rede de contas de faiança azul. Sabe-se pela posição das mãos que foi um sacerdote que viveu durante a XXVI Dinastia. Radiografias da múmia mostram que não possuía joias ou amuletos no interior do corpo.

ATAÚDE DE TETI

Proveniência: Deir el-Medina – Luxor – Egito

Período: Reino Novo – 1550 – 1070 a.C.

A original encontra-se no Museu do Brooklin – Brooklin – EUA

Esse ataúde foi produzido para Teti que era “Servo do Grande Palácio”. Este título foi usado por artesãos que pintaram túmulos no Vale dos Reis e viviam na cidade de Deir el-Medina. O fundo da pintura amarela com estrias vermelhas era usado para imitar os caixões dourados dos nobres e membros da família real. Nas pinturas laterais estão representados os quatro filhos de Hórus, além de Anúbis, Toth e do olho protetor Udjat – Na base está a coluna de Osíris Djed que representa a estabilidade.

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