Alexandre, o libertador do Egito

Por Arthur Fanini Carneiro – Monitor do Museu Egípcio e Rosacruz

Alexandre, “O Grande” ou Alexandre Meryamun Setepenra – amado de Amon, escolhido de Ra – foi um rei Macedônio que em 332 a.C., após conquistar a Anatólia e o Levante – região da Palestina e Judeia –, derrotou diversas vezes o rei persa Dário, o que permitiu sua chegada ao Delta do Nilo. Isso ocorreu em 525 a.C., os persas haviam dominado o Egito. Alexandre em sua campanha expansionista, conquistou o Império Persa, e quando chegou ao Egito a população aceitou os macedônios. A partir daí, passaram a cultuar Alexandre como seu libertador e novo faraó, uma vez que os egípcios preferiam o rei macedônio, que deu, inclusive, liberdade de culto às divindades egípcias, do que os persas, que eram inimigos históricos do Egito.

Alexandre trazia a proposta de que seu império não deveria ser de dominação, mas uma mescla de culturas de diversas civilizações. Os macedônios levariam seus conhecimentos e costumes por todo o império, em contrapartida, aprenderiam com outros povos e se adaptariam as suas culturas, o que caracteriza o helenismo. Para o rei macedônio exemplificar essa adaptação na região do Egito, ficou conhecido como filho de Zeus-Amon, unindo as principais divindades das religiões grega e egípcia.

Durante o ano em que Alexandre permaneceu no Egito, ele ordenou a construção de uma cidade em estilo grego na região do Delta do Nilo – norte do Egito – que serviria como capital para seu governo em terras egípcias e a batizou de Alexandria: uma das 19 cidades com o mesmo nome espalhadas por todo império macedônio. Essas cidades tinham propósito administrativo-cultural e se caracterizavam por sua arquitetura em estilo grego e por suas bibliotecas, que deveriam conter textos de cada parte do império, compartilhando assim o conhecimento entre os povos. Um dos destaques de Alexandria era o seu farol considerado uma das maravilhas do Mundo Antigo, uma obra erguida a pedido de Alexandre.

Nove anos depois da conquista do Egito, em 323 a.C., Alexandre morreu sem deixar herdeiros e seu império foi dividido entre os seus generais. Durante aproximadamente quarenta anos, as divisões do Império Macedônio, que resultaram da morte de Alexandre, trouxeram uma série de conflitos pela sucessão do trono – iniciados pelo general Ptolomeu que ficou com o governo da região egípcia. Naquele país, Ptolomeu iniciou a adoração de Alexandre como uma divindade, o que permitiria aos egípcios aceitá-lo como novo faraó, sendo sucessor legítimo de um deus. Seguiu os mesmos ideais de Alexandre, mesclando e respeitando as culturas, fortalecendo ainda mais a união entre gregos e egípcios.

A conquista do Egito por Alexandre permitiu que uma nova dinastia surgisse, conhecida hoje como Ptolomaica, que existiu por aproximadamente trezentos anos. Encontrou seu fim com os romanos, que anexaram o território egípcio, após o suicídio da última rainha egípcia, Cleópatra VII, que perdeu a guerra para o general romano Otavio Augusto, em 30 a.C.

[1] Epíteto greco-egípcio dado a Alexandre quando o mesmo libertou o Egito e foi cultuado como faraó.

REFÊRENCIAS

BOSE, Partha. Alexandre, o grande: a arte da estratégia. Rio de Janeiro: Best Seller, 2006.

GREEN, Peter. Alexandre, o Grande e o período helenístico. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014.

LÉVÊQUE, Pierre. O Mundo Helenístico. Lisboa: Edições 70, 1987.

MOSSÉ, Claude. Alexandre, o Grande. São Paulo: Estação Liberdade, 2004.

PLUTARCO. Vidas Paralelas: Alexandre e César. São Paulo: Nova Fronteira, 2016.

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